A Organização Mundial do Comércio (OMC) revelou, nesta quarta-feira (31/03), que o comércio global está preparado para uma recuperação forte, mas desigual, após o choque pandêmico da COVID-19, prevendo um aumento no volume do comércio mundial de mercadorias de 8% este ano, informa a agência "Xinhua".
O órgão apontou que as perspectivas de uma recuperação rápida no comércio mundial melhoraram à medida que o comércio de mercadorias se expandiu mais rapidamente do que o esperado no segundo semestre do ano passado.
"O volume do comércio mundial de mercadorias deve aumentar 8% em 2021, depois de cair 5,3% em 2020, um declínio menor do que a estimação anterior", anunciou a OMC em um comunicado à imprensa.
Os números da entidade mostram que a China foi o maior exportador mundial no ano passado, respondendo por 14,7% do comércio mundial de mercadorias, e o segundo maior importador, atrás dos Estados Unidos, com uma participação de 11,5%.
"O crescimento do comércio deve então desacelerar para 4% em 2022 e os efeitos da pandemia continuarão sendo sentidos, já que esse ritmo de expansão ainda deixaria o comércio abaixo de sua tendência pré-pandêmica".
No entanto, a OMC alertou que as perspectivas positivas de curto prazo para o comércio global foram prejudicadas por disparidades regionais, fraqueza contínua no comércio de serviços e cronogramas de vacinação atrasados, especialmente em países pobres.
A entidade ressaltou que a COVID-19 continua sendo o maior risco para as perspectivas de comércio, já que novas ondas de infecção podem facilmente prejudicar qualquer recuperação esperada.
"A forte recuperação do comércio global desde meados do ano passado ajudou a suavizar o golpe da pandemia para pessoas, empresas e economias", avalia a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, no comunicado.
"Manter os mercados internacionais abertos será essencial para que as economias se recuperem desta crise e uma distribuição rápida, global e equitativa da vacina é um pré-requisito para a recuperação forte e sustentada de que todos precisamos", observa ela.
Okonjo-Iweala também aposta que um aumento na produção de vacinas permitiria que empresas e escolas reabrissem mais rapidamente e ajudaria as economias a se estabilizarem.
"Mas, enquanto um grande número de pessoas e países forem excluídos do acesso a vacinas suficientes, isso vai sufocar o crescimento e pode reverter a recuperação da saúde e econômica em todo o mundo", enfatiza ela.
Fonte: Universo Agro / Datagro.