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Cultura canavieira é uma das atividades agrícolas que mais recuperam solos degradados

Com técnicas corretas de manejo do plantio à colheita, os canaviais brasileiros enriquecem a estrutura física do solo, proporcionando melhor fertilidade e maior armazenamento de carbono, principalmente em terras degradadas. Pesquisas da Embrapa mostram que a substituição de pastagens deterioradas pelo cultivo de cana permite um importante ganho no estoque de carbono no terreno, que pode variar entre 5 toneladas por hectare (tCO2/ha) e 18 tCO2/ha numa profundidade de 0-30 centímetros.
 
Para o consultor Ambiental e de Recursos Hídricos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), André Elia, estas “importantes contribuições ambientais, essenciais para amenizar as emissões dos gases de efeito estufa na agricultura”, devem ser exaltadas, especialmente nesta sexta-feira (15/04), quando se comemora o Dia Nacional da Conservação do Solo. Precedendo esta data, foi lançado em 14/02 o "Boletim de Conservação do Solo e da Água da Cultura da Cana-de-açúcar", documento da Secretaria de Agricultura e 
Abastecimento do Estado de São Paulo que atualiza recomendações para o segmento sucroenergético sobre novas técnicas de conservação do solo. O documento final deverá ser apresentado na metade do ano.
 
Manejo sustentável
 
No período de plantio e maturação da cana, as técnicas de solo atualmente mais utilizadas para assegurar um crescimento sadio da planta envolvem a aplicação da torta de filtro, fuligem proveniente da queima do bagaço (utilizado na indústria para gerar energia elétrica) e vinhaça. Ricos em nutrientes e matéria orgânica, estes subprodutos sucroenergéticos permitem ganho de produtividade e a redução do uso de fertilizantes químicos no campo. O controle biológico de pragas e o desenvolvimento de programas de melhoria genética que ajudam a identificar as variedades de cana resistentes às doenças também colaboram neste sentido. Outro método usado para proteger o solo da erosão e manter a sua umidade é o aproveitamento da palha da cana, que serve como um “colchão” protetor para a superfície do terreno.
 
Já no momento da colheita, o uso do corte mecanizado, praticamente consolidado no Estado de São Paulo, traz enormes benefícios não apenas para o terreno mas também para a saúde das pessoas. Com a eliminação da prática da queima controlada, além da já mencionada cobertura vegetal criada pela palha no campo, evita-se a emissão de 5,7 milhões de toneladas de GEEs na atmosfera, equivalente ao que 
seria emitido por 100 mil ônibus circulando durante um ano na capital paulista.
 
Uso da água
 
Outro ponto de destaque nestas três fases citadas acima - plantio, maturação e colheita – é o aproveitamento dos recursos hídricos na irrigação do canavial. No Brasil, ao contrário do que se imagina, a cana quase não é irrigada. Já na indústria, quando a planta é processada para se transformar em etanol e açúcar, dados da UNICA indicam que nas últimas quatro décadas a taxa média de captação de água foi reduzida da faixa de 15 a 20 m3/t de cana para a faixa de 1 a 2 m3/t, ou seja, uma queda de 95%. Este avanço se deu graças a investimentos em reuso de água por meio do tratamento e recirculação do recurso, otimização do balanço hídrico industrial e adoção de novas tecnologias como, por exemplo, a limpeza a seco da cana.
 
A preservação dos recursos hídricos promovida pelo segmento sucroenergético também engloba a proteção de nascentes e recuperação de matas ciliares. Em SP, desde 2007, usinas e fornecedores de cana conseguiram recuperar cerca de 270 mil hectares de áreas ciliares, contando com a proteção de 8.100 nascentes.
 
Fonte: Unica via Revista Canavieiros