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A força da cana

Censo Agropecuário indica que Piracicaba é a 15ª maior produtora do Estado
 
Resultados preliminares divulgados pelo IBGE apontam que a produção de cana-de-açúcar do município foi de 2,954 milhões de toneladas em 2017
 
A cultura da cana-de-açúcar em Piracicaba é responsável por movimentar boa parte da economia local e regional. Os dados preliminares do Censo Agropecuário 2017 indicam que os estabelecimentos do setor ocupam 94.276,155 hectares no município e as terras são utilizadas para lavouras, pastagens, matas ou florestas. A cidade é a 23ª na produção de bovinos, no Estado, com 44.584 cabeças, criadas em 406 estabelecimentos. A produção de leite de vaca chega a 3.551 milhões de litros.
 
A 15ª posição no Estado de São Paulo mostra o quanto à cana é importante para Piracicaba. "Temos usinas aqui no município e nas cidades vizinhas, que geram emprego nessa indústria, mas que movimenta também o setor de serviços e comércio. A cultura precisa de tratos, oficinas, pneus, combustíveis, caminhões, as pessoas empregadas compram no comércio, ou seja, dá movimento à economia da cidade", afirmou Arnaldo Bortoletto, presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana).
 
Segundo ele, o alto desempenho também na criação de gado, inclusive a Coplacana oferece um boitel aos associados, ocorre porque nas áreas com aclives acentuados onde não é possível fazer a cana mecanizada ou em áreas menores, a opção é pela pecuária. "A diferença é que ela gera menos emprego e rentabilidade demora mais para o produtor", comentou.
 
Produtores apostam em tecnologia para aumentar a produção na mesma área de cultivo da cana
 
A cana-de-açúcar gera muitos empregos diretos e indiretos na cidade e na região. É cultivada em 161 estabelecimentos e os 2,954 milhões de toneladas são colhidos em uma área de 41.265,263 hectares, conforme o Censo Agro 2017.
 
A média de produção da cidade é de 60 a 62 toneladas por hectare, conforme Bortoletto. "Estamos investindo em tecnologia e inovação para incrementar a produção. Já iniciamos um trabalho piloto e um produtor já conseguiu, nessa safra, colher 99 toneladas por hectare. Nossa meta é chegar a 100 toneladas por hectare, em cinco cortes", revelou.
 
Para alcançar esse resultado, é preciso controle rígido da evolução da planta e nos os cuidados com o canavial. "É uma operação que exige técnica e a hora certa de agir, como aplicar defensivos e fertilizantes adequados para ter esse aumento na produtividade, sem ampliar a área de cultivo. Criamos o TOP 100, um grupo de produtores que estão sendo preparados para atingir essa meta de 100 toneladas por hectare em cinco cortes. Os primeiros resultados são positivos", ressaltou Bortoletto.
 
Conhecimento tecnológico será fundamental para crescimento da produção
 
O Censo Agro 2017 apontou que dos 691 estabelecimentos agropecuários de Piracicaba, 577 são liderados por homens, 77 por mulheres e 37 não foram definidos. Dez têm menos que 30 anos, 306 estão na faixa etária entre 30 e 60 anos e 338 têm 60 anos ou mais.
 
O estudo identificou o perfil do produtor também pela escolaridade. Entre os 691 estabelecimentos, nove nunca frequentaram a escola, um tem classe de alfabetização, três concluíram alfabetização de jovens e adultos, 233 têm o antigo primário (até 5ª série do atual ensino fundamental), 86 tem o antigo ginasial (hoje ensino médio), 80 cursou o ensino fundamental, quatro têm a Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou supletivo do 1º grau (ensino fundamental), seis cursaram o antigo científico (ensino médico técnico), 101 têm o ensino médio, 21 têm curso técnico do ensino médio, três tem o EJA ensino médio, 96 têm graduação superior, 11 com mestrado e doutorado e 37 não tem informação.
 
"O futuro da agricultura e da pecuária vai exigir pessoas cada vez mais qualificadas. A tecnologia, as máquinas computadorizadas precisam de pessoas capacitadas. A colheita da cana já é 90% mecanizada em Piracicaba. O Censo indica que já começa a mudar o conhecimento. Os pais e avós incentivaram os filhos a cursar nível superior e eles estão voltando para as propriedades para trabalhar com o conhecimento técnico e científico que obtiveram", disse Arnaldo Bortoletto, presidente da Coplacana.
 
O total de pessoas que trabalham nos estabelecimentos agropecuários do município é de 3.553 ocupados, sendo que 1.281 têm parentesco com o produtor. Entre eles, sete homens com menos de 14 anos, 1.005 homens com mais de 14 anos, sete mulheres com até 14 anos e 262 mulheres acima dessa idade.
 
Entre os trabalhadores que não têm parentesco com o produtor estão 2.272 pessoas. São 937 que trabalham permanente, 1.187 temporárias e 148 parceiros. Entre os produtores, 390 relataram ao censo que recebem assistência técnica e 300 que não contam com ela. Não usam adubação 293 e aplica agrotóxicos 292 e outros 387 não utilizam defensivos.
 
Fonte: Gazeta de Piracicaba