Apla-Agro brasileiro precisa investir na agregação de valor, destaca novo estudo
Logotipo Apla Sugarcane
EN ES PT

Agro brasileiro precisa investir na agregação de valor, destaca novo estudo

Para se posicionar como uma consistente plataforma produtora de alimentos para o mundo, o agronegócio brasileiro precisa – em paralelo à exportação de commodities - investir pesado em processos de agregação de valor à produção agropecuária. É o que destaca o estudo “Brasil: Alimentos para o Mundo”, elaborado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo.
“A previsão é de que, em 2050, a população mundial chegue a 9,7 bilhões de habitantes. O desafio, então, será alimentar tantas pessoas, com a mesma extensão de terras agricultáveis”, explica Jorge Hori, relator do estudo. “Será preciso um aumento de 70% na produção mundial de alimentos. Nosso estudo visa tornar o Brasil o principal supridor mundial de alimentos saudáveis prontos ou semiprontos para consumo, o que agregará valor aos produtos nacionais no exterior e fortalecerá uma indústria de ponta no País. Desta forma, contribuiremos para eliminar a fome e a subnutrição no mundo e faremos do agronegócio o principal motor do desenvolvimento brasileiro.”
Estima-se que apenas a cultivo vegetal brasileiro já alimente cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todo o planeta. Nas próximas décadas, com o aumento do consumo, espera-se que o País dobre sua produção agropecuária. O Brasil é um dos poucos países que dispõe de terras já ocupadas, porém mal aproveitadas, o que traz a possibilidade de ampliar a produção requerida pelo mundo, preservando os ambientes naturais. Além, disso, a nação já alcançou um importante papel na alimentação mundial, o que lhe confere os títulos de maior supridora de suco de laranja, principal exportadora de café, soja e carne de frango, entre outros insumos alimentares básicos do mundo.
Participação do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB)
·  22% é a contribuição total do setor;
·  7% é a parcela agropecuária;
·  5-6% vêm da agroindústria, que fornece as máquinas e equipamentos, insumos básicos para produção agropecuária e processa matérias-primas;
·  10-12% é a contribuição dos agrosserviços, especialmente de logística, comercialização, financiamento e tecnologia.
Como se tornar um “alimentador do mundo”
Para saltar do patamar de “celeiro do mundo” para “alimentador do mundo”, o Brasil terá de se tornar um supridor global de alimentos processados para consumo final em qualquer lugar do planeta. “Nosso projeto contempla o agronegócio com toda a cadeia de valor dos produtos: da plantação e criação de gado à agroindústria e à logística, financiamento e novas tecnologias”, salienta Hori. “O Instituto de Engenharia se dispõe a impulsioná-lo e indicar as ações indispensáveis para colocá-lo em prática. Propõe ainda seguir a metodologia básica do planejamento para a montagem de um plano estratégico para o Brasil.”
A estratégia de implementação prevê mobilização dos agentes econômicos da cadeia de valor do agronegócio; desenvolvimento de estudos setoriais e regionais para determinar as estratégias e ações de implementação do projeto; promoção de maior participação do Estado na execução do projeto, principalmente com uma ação mais intensa no estabelecimento de acordos comerciais, na segurança jurídica, com regulamentações consistentes e duradouras, fiscalização mais eficaz, principalmente com relação à sanidade vegetal e animal, crédito, seguro rural e financiamento da infraestrutura, entre outras atividades.
Segundo Hori, o estudo já foi encaminhado aos novos governos (federais e estaduais) para que seja incorporado nas medidas governamentais dos próximos anos. “A ideia é que o projeto faça parte das políticas públicas.” O responsável pelo documento pontua ainda as ações que serão realizadas no início deste ano. “Vamos elaborar a minuta de proposição da associação empresarial e terceiro setor para a coordenação da formulação e disseminação do projeto. Além disso, apresentaremos este documento às diversas entidades empresariais, a fim de obter adesão institucional e financeira”, conclui.
 
Fonte: Universo Agro