Balança comercial tem superávit de US$ 28,2 bi no ano, melhor resultado da série histórica
A balança comercial registrou em julho superávit de US$ 4,578 bilhões. As exportações alcançaram US$ 16,331 bilhões e as importações, US$ 11,752 bilhões. O resultado mensal foi o melhor para meses de julho desde 2006, quando houve um resultado superavitário de US$ 5,659 bilhões. No acumulado de janeiro a julho de 2016, o superávit comercial atingiu US$ 28,230 bilhões, o melhor resultado para o período da história. As exportações somaram US$ 106,583 bilhões no período e as importações totalizaram US$ 78,353 bilhões. A série histórica tem início em 1989.
O diretor do departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Herlon Brandão, frisou que esse resultado recorde é fruto da redução das importações e da exportações, com destaque para uma queda maior das compras externas. "Importação está extremamente ligada à atividade econômica nacional", avaliou.
Com o dólar mais alto e a debilidade da atividade econômica este ano, as importações vêm caindo em ritmo acentuado, enquanto as exportações têm recuado bem menos. Em julho, as exportações cresceram na comparação anual em semimanufaturados (+10,1%), com destaque para açúcar em bruto (+58,4%), e na categoria de manufaturados (+7,3%), beneficiadas, neste caso, pela venda de plataforma para extração de petróleo.
Já os embarques de básicos recuaram 14,7%, afetados pela menor exportação de soja em grão e minério de ferro. Segundo o ministério, as importações caíram em todas as categorias. A queda foi de 40,7% em combustíveis e lubrificantes, 29,8% em bens de consumo, 21,2% em bens de capital e 13,5% em bens intermediários.
Mesmo com uma mudança no patamar do dólar, o governo continua confiante em relação a um resultado da balança comercial entre US$ 45 bilhões e us$ 50 bilhões no ano. "Continuamos na trajetória de um possível saldo recorde para o ano e acreditamos que a taxa média de câmbio de 2016 seja maior que a de 2015", disse Brandão.
Ele ressaltou que o governo continua acompanhando o desempenho da balança e que não tem visto motivo para mudar a previsão em função do novo patamar do dólar. "Câmbio é fator que influencia, mas demanda é um dos maiores determinantes da balança comercial. A taxa de câmbio teve num patamar acima do que foi em 2015", lembrou.
Fonte: O Estado de São Paulo – Brasil via Revista Canavieiros