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Bioeconomia abre rota para o desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal

Em reunião realizada no dia 13 de julho, representantes da Embrapa e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal deliberaram pela elaboração de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para unir formalmente esforços entre as duas instituições em prol do desenvolvimento sustentável da região. No centro da parceria, a bioeconomia avançada se destaca como a área com maior potencial para levar a industrialização de base biológica ao bioma, garantindo renda, emprego e melhores condições de vida aos povos amazônicos com a floresta “em pé”.

Segundo Guy de Capdeville, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, existem dois níveis de atuação em bioeconomia. Um deles, basicamente centrado em sistemas agroflorestais para produção de alimentos, já é feito há muitos anos e tem que ser mantido. Mas, para o diretor, o fundamental agora é unir esforços para investir em um novo modelo de bioeconomia, baseado em conhecimentos avançados em biotecnologia e genômica, entre outras áreas de ponta, para atrair as indústrias de base biológica para a região.

“Falo de uma bioeconomia mais desafiadora, que inclua conhecimentos de temáticas mais fronteiriças da ciência e que vá além da área de alimentos”, destacou Capdeville. Ele citou como exemplo ações de pesquisa voltadas à coleta e caracterização de microrganismos amazônicos, que podem resultar na identificação de novas moléculas para controle de pragas, entre muitas outras aplicações para áreas como saúde e energia. “Essas pesquisas podem levar a propriedade intelectual e royalties, levando riqueza e desenvolvimento à região”, complementou.

Recentemente, a Embrapa lançou o Plano Embrapa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para a Bioeconomia no Bioma Amazônia. O objetivo é fortalecer os sistemas agroalimentares da região e investir em novas pesquisas de ponta com foco, entre outras frentes, em bioinsumos voltados às áreas de energia, farmácia, controle de pragas, química de renováveis e biomateriais.

Ciência é o único caminho para garantir riqueza com a floresta “em pé”

Os representantes dos nove estados que compõem a Amazônia Legal presentes à reunião – Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Roraima – foram unânimes em afirmar que a ciência e a tecnologia são os únicos caminhos possíveis para o desenvolvimento sustentável da região. “É um desafio enorme, considerando a heterogeneidade e o tamanho da área, mas acreditamos que o conhecimento científico é a base para reduzir a desigualdade em uma região, que reúne uma biodiversidade riquíssima e municípios com os piores IDH do País”, afirmou Zuleika Jacira Moura, secretária-executiva do Consórcio.

O Consórcio é uma iniciativa decorrente do Fórum de Governadores da Amazônia Legal e foi criado, em março de 2019, para impulsionar o desenvolvimento sustentável dos estados membros e ampliar a competitividade da região. Presidida por Waldez Góes, governador do Amapá, a autarquia que funciona na modalidade de associação pública, tem autonomia para captar recursos, promover investimentos e executar projetos de interesse comum aos nove estados da Amazônia brasileira.

Além da secretária-executiva do Consórcio, estiveram presentes à reunião Eduardo Tavares, secretário de planejamento do Amapá, Robério Aleixo, secretário de meio ambiente do Amapá, que também é empregado da Embrapa, Eduardo Taveira, secretário de meio ambiente do Amazonas, Maureen Lazzaretti, secretária de meio ambiente do Mato Grosso, Emerson Baú, secretário de agricultura, pecuária e abastecimento de Roraima, e Vera Reis, diretora-executiva da Secretaria de Meio Ambiente do Acre.

Fonte: Universo Agro/Datagro