O Brasil conseguiu abrir mercados para produtos do agronegócio em 23 países de janeiro de 2019 até março deste ano, fortalecendo a diversificação das exportações do setor, além de ampliar a atuação em países onde já tem participação. A informação está em levantamento da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), com base em informações das missões oficiais do Ministério da Agricultura (Mapa).
"Nestas visitas, foi possível ampliar fronteiras comerciais, fazer novas conquistas de comércio e se está colhendo frutos importantes para a fortalecimento do agronegócio nacional", afirma o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), em nota.
No comunicado, a FPA destaca as expectativas positivas para exportações de produtos como carne de frango e carne bovina. No caso do produto bovino, destaca a abertura da Indonésia, com 10 plantas habilitadas e a expectativa de embarques de pelo menos 25 mil toneladas. Foram fechadas também parcerias com o Kuwait e a nova permissão de entrada do produto in natura nos Estados Unidos, lembra a entidade.
“A exportação de bovinos vivos também foi expandida, com abertura para Malásia, Cazaquistão, Equador e Zâmbia (que agora também passa a receber material genético bovino brasileiro)”, acrescenta o comunicado.
Nas carnes suína e de frango, espera-se um aumento de 7% a 8% nas vendas nos próximos anos, em função de negócios com a Índia. A FPA destaca também novas habilitações de plantas industriais em Cingapura. Nos pescados, a abertura dos mercados do Marrocos e Coreia do Sul leva a uma estimativa de aumento de 18% nas exportações.
Ainda de acordo com o levantamento, o fortalecimento da parceria com o México beneficiou as exportações de arroz do Brasil. O país importa 950 mil toneladas do cereal por ano, segundo a FPA. Já o Japão abriu o mercado para produtos lácteos voltados para alimentação animal.
Em relação ao principal parceiro comercial do Brasil, a China, o estudo da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) destaca que foi fechado recentemente o primeiro acordo para exportação de melão brasileiro. Além disso, os chineses liberaram produtos como farelo de algodão, miúdos suínos e carne termoprocessada. Já no leite em pó, queijos e derivados, a habilitação de 24 plantas industriais brasileiras deve render algo em torno de US$ 4,5 milhões em exportações.
"Há a habilitação de 38 plantas frigoríficas, sendo 22 de carne bovina, seis de suínos, nove de aves e uma de asinino, além da redução de 30% para 15% de uma importante tarifa para o suco de laranja brasileiro naquele país", diz a FPA, no comunicado.
No âmbito do Mercosul, a Frente informa que Brasil e Argentina assinaram um cronograma para eliminação de barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias até o final deste ano. Na visão do colegiado, a expectativa é de que não haja mais obstáculos no comércio bilateral de produtos do agronegócio.
"Cabe citar que, no comércio com o país vizinho, foram abertos mercados para carne de rã, lácteos para alimentação animal, lanolina, termoprocessados de aves, aparas de pele bovina para produção de gelatina, embriões bovinos, sêmen suíno e carne suína curada. E com o Peru, foi estabelecida abertura de mercado para farinha de subprodutos de aves", diz.
Na África, a abertura do mercado lácteo com o o Egito traz um o potencial de negócios de US$ 8 bilhões, diz a FPA. A entidade pontua ainda que os egípcios também passaram a receber outros produtos, como miúdos de bovinos, além de caprinos e ovinos vivos. Marrocos, que abriu as portas para o material genético avícola, e Emirados Árabes também foram destacados entre os que estão fortalecendo o comércio no agronegócio.
"A ampliação destes mercados demonstra a força do agronegócio brasileiro, que em tempos de crise, como o vivido atualmente, fortalece a renda e os empregos no Brasil, ao ampliar o comércio internacional", pontua a FPA, no comunicado.
Fonte: Globo Rural