Apla-Brasil e UE fecham acordo para exportação de açúcar com cota adicional de 114 mil ton
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Brasil e UE fecham acordo para exportação de açúcar com cota adicional de 114 mil ton

As discussões entre Brasil e União Europeia para o aumento das cotas com tarifas diferenciadas para importações de açúcar em ação para compensar países que eram fornecedores tradicionais da Croácia já chegaram a um acordo. A Croácia entrou no bloco em julho de 2013, mas o país cobrava uma tarifa de importação menor e, uma vez dentro da UE, teve que alterar as alíquotas.
 
Estabelecido informalmente desde a segunda-feira, o anúncio oficial deve ser feito hoje (14), segundo informações divulgadas pelo Valor Econômico. Segundo o jornal, o Brasil poderá exportar até 114 mil toneladas adicionais de açúcar por ano aos países da EU.
 
Atualmente, a alíquota plena de importação para açúcar na UE é acima de € 300 por tonelada – um valor elevado para a commodity. Dessa forma, o comércio de açúcar para o mercado europeu é administrado por meio de cotas com alíquota menor. Nesse contexto, o Brasil se beneficia de duas cotas anuais, com alíquota de € 98 por tonelada: uma é voltada para o Nordeste, que exporta 334 mil toneladas; outra, de 253 mil toneladas, é aberta a todos os países, mas ocupada em 90% pelo Centro-Sul. A soma dessas cotas permite uma exportação de até 587 mil toneladas de açúcar brasileiro.
 
Pelo acordo, segundo o Valor, haverá aumento de 78 mil toneladas na cota destinada aos produtores do Nordeste. Além disso, a tarifa de importação imposta pelos europeus, que é de € 98, cairá nesse caso para € 11, justamente a tarifa de importação da Croácia antes de entrar no bloco. Na cota geral, preenchida quase inteiramente pelo Brasil, o volume adicional será de 36 mil toneladas.
 
Setor pleiteava por mais
 
De acordo com o Valor Econômico, o acordo ficou aquém das expectativas do setor sucroalcooleiro do Brasil. A presidente da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, alegou que o pleito era zerar a tarifa para um volume que corresponde à média do quanto a Croácia importou nos três anos anteriores à sua entrada na UE. "Não foi o que a gente gostaria, mas foi o melhor que o governo conseguiu", avaliou.
 
Além disso, apesar de o Nordeste ter recebido uma cota maior para exportar açúcar à UE e uma tarifa temporariamente reduzida, o acordo também teria desapontado o segmento regional. "A quantidade é pequena. Mesmo para o Nordeste, é uma quantidade ínfima", disse Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar).
 
Fonte: NovaCana com informações do Valor Econômico