Brasil mantêm protagonismo com novo projeto de cana transgênica
Há dois anos, o lançamento da primeira variedade de cana-de-açúcar transgênica do mundo reforçou a posição da cadeia sucroenergética brasileira como uma das culturas mais avançadas da agricultura mundial.
Após a novidade apresentada em 2016 pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) ser aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e ter a sua comercialização liberada em junho de 2017, o Brasil continua trilhando uma trajetória de sucesso no campo das inovações agrícolas. Isso porque cientistas de outra importante instituição de pesquisa nacional, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), querem produzir uma segunda versão transgênica.
O diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, destaca a evolução tecnológica da cultura canavieira nos últimos anos. “Empresas e instituições de pesquisa do setor têm investido muito em tecnologia. Nas lavouras a transformação já está a pleno vapor, é só observar as novas técnicas de cultivo, as variedades não-transgênicas e o avanço da mecanização da colheita. Inovações com estas do CTC, já em curso, e da Embrapa fazem parte de uma estratégia vital para expansão da produção, algo fundamental para atendermos às futuras demandas por energias mais sustentáveis, como etanol, bioeletricidade e bioplásticos, além de garantirmos a oferta de alimentos como o açúcar, por exemplo”, enfatiza.
O diretor de Assuntos Corporativos do CTC, Viler janeiro, revela que a variedade transgênica da empresa, a primeira com resistência à broca-da-cana, praga que anualmente gera aproximadamente R$ 5 bilhões de prejuízos aos produtores, conquistou um importante reconhecimento internacional nesta quarta-feira (28/03). A Health Canada, orgão responsável por avaliar a segurança e o valor nutricional de alimentos no Canadá, aprovou o açúcar produzido da recente inovação do CTC como um produto tão seguro e nutritivo quanto os provenientes de variedades convencionais.
“Estamos muito contentes com esse parecer favorável da Health Canada, uma importante agência reguladora no cenário internacional, com longa experiência de avaliação dos produtos da biotecnologia. Este é um importante passo na obtenção das aprovações internacionais do açúcar produzido a partir da cana GM-CTC nos principais países importadores”, afirma Viler.
Novo projeto
Segundo a Embrapa, a nova versão transgênica que será desenvolvida nos próximos quatro anos, além de ser resistente à broca-da-cana, também facilitará o manejo da cultura com o herbicida glifosato, uma vez que ele compete com nutrientes e a absorção de água pela planta nas fases iniciais de desenvolvimento.
“O projeto vai servir de exemplo para que novos desenvolvimentos tecnológicos da Embrapii”, afirma o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, que se juntará à Embrapa Agroenergia, à startup PangeiaBiotech, incubada na Unicamp, e ao Sebrae na parceria da iniciativa.
Fonte: Unica