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Brasil vai suprir demanda mundial por etanol de primeira geração até 2050

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), nos próximos 33 anos o etanol terá um papel importante no processo de “descarbonização” da matriz energética de diversos países, e o biocombustível brasileiro, de cana, é praticamente o único renovável de primeira geração (1G) capaz de fazer uma contribuição significativa neste sentido.
 
Esta também foi a conclusão de especialistas da indústria e do setor financeiro do Brasil e da Europa durante uma sessão de debates da 6ª edição da Conferência Internacional sobre Etanol Lignocelulósico, evento realizado pela Comissão Europeia e a multinacional Novozymes nos dias 27 e 28 de setembro, em Bruxelas.
Convidada para palestrar no painel "Desenvolvimentos Internacionais para Combustíveis de Baixo Carbono”, mediado pelo secretário Geral da ePURE, Emmanuel Desplechin, a assessora sênior da presidência para Assuntos Internacionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica-SP), Géraldine Kutas, ressaltou que o etanol de segunda geração, fabricado a partir de resíduos agrícolas ou industriais, vai complementar o 1G, e não substitui-lo.
 
“As demandas geradas pelas necessidades de se buscar uma economia de baixo carbono são tão grandes que não podemos prescindir do biocombustível 1G, que no Brasil apresenta ótimo desempenho ambiental e climático.
 
É considerado, igualmente, um dos mais sustentável do mundo”, explica a executiva da UNICA, que também frisou a necessidade de se adotar políticas de incentivos, em vez de medidas restritivas ao uso do etanol 1G.
“Ao contrário do discutindo atualmente na União Europeia (UE), tetos de participação dos biocombustíveis não estimulam a 'descarbonização' do transporte O efeito é justamente o contrário, compromete negativamente as metas dos países europeus no Acordo de Paris”, completou.
 
O analista sênior da IEA, Adam Brown, afirmou que nas próximas três décadas o etanol 2G e o de cana 1G continuarão sendo estratégicos para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
 
Em seguida, o líder do Programa de Energia e Divisão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), Olivier Dubois, observou que a distinção sobre 1G e 2G faz cada vez menos sentido em relação ao uso de modelização econômica para tratar do tema Mudança de Uso do Solo Indireta (Indirect Land Use Change).
 
Ele elogiou o biocombustível brasileiro como um exemplo de sustentabilidade, principalmente por não conflitar com a produção de alimentos.
 
Plataforma
 
O destaque final do painel foi a participação do representante da Missão Brasil junto à União Europeia, André Odenbreit, que falou sobre a Plataforma Biofuturo, iniciativa formada por entidades de 20 nações para promover a cooperação e o diálogo entre governos, indústria e organizações internacionais.
 
Desta convergência, espera-se a expansão dos biocombustíveis avançados de baixo carbono na matriz energética global.
 
Fonte: Unica