Com a aplicação da lei que prevê o fim da queima da cana para colheita nas áreas planas até 2021 e, nas áreas não planas, até 2031, o setor sucroenergético tem trabalhado para se adequar ao projeto. Em São Paulo, este prazo é ainda menor, sendo 2014 e 2017, respectivamente, por meio do Projeto Etanol Verde.
Pesquisadores da Unesp de Jaboticabal estudam a redução de queimadas da cana. E os resultados mostram que a “lição de casa” tem sido realizada pelo segmento.
De acordo com o trabalho, a colheita mecanizada tem apresentado uma queda crescente das emissões de GEE’s - Gases do Efeito Estufa pelo setor agrícola, e, caso o ritmo se mantenha nos próximos anos, o setor contribuirá com mais da metade da meta de redução das emissões de gases do estado.
Na safra 2012/13 no Estado de São Paulo, por exemplo, as máquinas agrícolas foram responsáveis por colher 72,6% da cana-de-açúcar, valor relevante se considerado os benefícios. “O ganho ambiental é o equivalente à retirada de 59 mil ônibus de circulação. Ao contrário do que pregava o mito de que a mecanização iria causar desemprego, na verdade, passamos de 103 mil vagas criadas em 2006 para 108 mil, em 2012. Além disso, o salário médio cresceu 28%. O emprego qualificado passou de 15 mil postos de trabalho para 61 mil”, destacou Bruno Covas, secretário de Meio Ambiente.
A antecipação dos prazos no Estado de São Paulo é fruto do Protocolo Agroambiental de São Paul, que conta com a adesão de mais de 170 unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores, que juntos representam mais de 90% da produção paulista. Se o setor observasse apenas a lei vigente e não o Protocolo, o fim da queima em áreas planas só ocorreria em 2021 e nas mais inclinadas em 2031.
Fonte: Jornal Cana