Edital vai selecionar empresas da área de TIC e indústria agropecuária para participar da estruturação de um laboratório vivo para agtechs
Segue aberto até o dia 18 de fevereiro o chamamento público da Embrapa para seleção de empresas parceiras do AgNest, farm lab para agtechs. O ambiente de inovação vai funcionar como um laboratório vivo para o desenvolvimento de soluções digitais e sustentáveis para a agricultura. O edital é direcionado a empresas de grande porte da área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) e da indústria agropecuária, que vão participar da estruturação e implementação do empreendimento e farão parte do conselho gestor como parceiros fundadores.
A iniciativa é liderada pela Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Agricultura Digital, com o apoio da Secretaria de Inovação e Negócios da Empresa. O projeto recebeu financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com recursos aplicados no aprimoramento da infraestrutura local para instalação de ferramentas de conectividade, sensores, máquinas e equipamentos.
Localizado em Jaguariúna (SP), o AgNest vai dar suporte para startups do agronegócio (agtechs e foodtechs) atuarem na criação, validação e demonstração de novas soluções. Serão estruturadas áreas experimentais com conectividade para realização de operações agropecuárias em cultivos diversos, espaços para desenvolvimento de protótipos de soluções tecnológicas e para capacitações e eventos.
“Esse ambiente de inovação tem o formato de uma fazenda operacional em menor escala e com toda a estrutura para ações que vão da ideação, pesquisa e desenvolvimento, até ações comerciais realizadas pelas agtechs e, também, pelas corporações ali presentes”, explica o pesquisador Vitor Mondo, da área de negócios da Embrapa Agricultura Digital.
O empreendimento vai funcionar no modelo plug and play, em que as empresas parceiras e as startups, isoladas ou conjuntamente, podem acessar o ambiente de laboratório vivo para experimentações. O objetivo é impulsionar a geração de soluções baseadas, por exemplo, em internet das coisas, big data, inteligência artificial e automação, que busquem o aumento de eficiência e de produtividade dos sistemas de produção agropecuária, com sustentabilidade.
Neste primeiro chamamento, serão selecionadas uma empresa do setor de tecnologia da informação e comunicação e três da indústria, das áreas de insumos, biotecnologia, máquinas e implementos, alimentos, agricultura de precisão e serviços agropecuários. As empresas vão contribuir com uma taxa anual para manutenção do empreendimento e poderão trazer startups associadas para utilizarem toda a estrutura do AgNest, além de promover eventos, como demonstrações e dias de campo.
O modelo de governança é baseado em parceria público-privada, tendo a Embrapa como instituição âncora em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) dentro do conselho gestor, ao lado dos demais parceiros. As empresas selecionadas por meio do chamamento público deverão atender aos requisitos de habilitação descritos no edital.
Entre outros critérios de classificação, estão a atuação em inovação ou transformação digital para o agronegócio, a interação com startups e instituições de ciências, tecnologia e inovação e a adoção de políticas para melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
“Após este chamamento dos parceiros fundadores, nas etapas seguintes haverá outras oportunidades de inserção no AgNest, abrindo possibilidades de convergência de conhecimento, recursos, interesses e experiência, no papel de parceiros de inovação, parceiros acadêmicos, agentes de inovação e agtechs”, destaca Paula Packer, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Meio Ambiente.
Laboratório vivo para agtechs
O AgNest vai ocupar um campo experimental situado na Embrapa Meio Ambiente, com aproximadamente 60 hectares, metade deles destinados a atividades agrícolas. Utilizada tradicionalmente para a pesquisa, a área tem histórico de implantação de culturas perenes, semi-perenes, é apta para cultivos anuais de verão, como grãos e fibras, e também comporta a implantação de sistemas de irrigação, o que permite o cultivo de culturas de inverno, como trigo, cevada e aveia.
A área vai dispor de diferentes tecnologias de conectividade, permitindo que uma variedade de soluções para agricultura digital sejam desenvolvidas no mesmo ambiente. O empreendimento está localizado a 10 minutos de Campinas (SP), considerado um importante polo de ciência, tecnologia e inovação, com a presença de universidades e institutos de pesquisa, e uma concentração considerável de empresas privadas, aceleradoras, incubadoras e investidores. Também está a apenas 1h30 de São Paulo, cidade com maior número de agtechs do Brasil.
Fonte: Universo Agro