A Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) lançou um abaixo-assinado pela internet para que a comunidade demonstre apoio à manutenção de parte da Estação Experimental de Itatinga, ameaçada de desapropriação.
No início do mês, um ofício assinado pela diretoria da escola foi enviado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) como forma de solicitar intervenção do Executivo estadual e impedir que área seja desincorporada da instituição.
Até a noite de segunda-feira (8/09), mais de 2.500 assinaturas haviam sido registradas no portal, vinculado ao Departamento de Ciências Florestais e criado especificamente para a causa.
A página para o manifesto é intitulada Pró Estação Experimental.
O manifesto pode ser acessado pelo endereço lcf.esalq.usp.br/proestacao.
Na página principal, no link Como apoiar, o usuário obtém informação de como pode participar do manifesto e no canto inferior esquerdo da página, clicando em Avaaz.org, poderá assinar diretamente a petição on-line, para registrar seu apoio.
Para assinar o abaixo-assinado ou petição, basta que o usuário insira seu nome e e-mail e clique em assinar.
“Começamos a divulgar o site nesta semana. Até então era algo interno. Nossa intenção é sensibilizar o governo de que estamos preocupados”, disse o professor da Esalq e coordenador da Estação, Silvio Ferraz(foto).
No ofício entregue ao secretário de Assuntos Estratégicos do Estado, João Carlos de Souza Meirelles, a diretoria pede ao governador intervenção para “assegurar a integridade territorial e do patrimônio ecológico” da Estação de Itatinga.
O documento cita que a prefeitura de Itatinga tem interesse na área de 1.200 hectares para construção de “um terminal aeroportuário e logístico de cargas do Mercosul e países árabes”.
As fazendas que compõem a Estação de Itatinga foram doadas à Esalq em 1988.
Há no local 150 projetos de pesquisa em andamento.
Em 13 de agosto, o Jornal de Piracicaba noticiou o risco de a Esalq perder parte de sua área experimental.
O diretor da instituição, José Vicente Caixeta Filho, afirmou na ocasião que as especulações sobre o estudo tiveram início no final do ano passado.
Nesta segunda-feira (8/09), a assessoria da Esalq também divulgou informações sobre o interesse na desapropriação da área.
A área tem, conforme a Esalq, cerca de 60% do tamanho total da estação experimental e 30% da área pertencente à instituição.
A estação de Itatinga é uma das três coordenadas pela Esalq, para estudos (além de Anhembi e Anhumas) e tem 25 anos.
No local são desenvolvidos experimentos das áreas de manejo florestal, genética de plantas e silvicultura (cultivo de árvores), entre outros setores.
O JP procurou por diversas vezes a prefeitura de Itatinga para se posicionar a respeito do assunto, mas não obteve retorno.
Segundo Ferraz, a ideia é reunir média de 20 mil assinaturas.
“Para mostrar quantas pessoas estão envolvidas e apoiando o movimento, para manter a área do jeito que está. Estamos convocando ex-alunos e a comunidade em geral, quem é amigo da Esalq, para assinar e ajudar a divulgar o manifesto.”
As assinaturas serão encaminhadas, também, para o governo estadual.
Fonte: Jornal de Piracicaba