O primeiro mês do ano mal terminou e a quantidade de Créditos de Descarbonização (CBios) disponíveis para negociação já representa 25% da meta de 2021. São mais de 6,1 milhões de títulos na bolsa de valores, a B3. Esse estoque de Cbios é a soma do saldo disponível de 2020 com os títulos registrados em janeiro.
No ano passado, os produtores de biocombustíveis disponibilizaram mais de 18,5 milhões de CBios. A parte obrigada adquiriu, e aposentou, 14,61 milhões de títulos. Assim, mais de 3,9 milhões de créditos ficaram disponíveis para negociação no primeiro pregão de 2021. Outros 2,16 milhões de CBios entraram na B3 no primeiro mês de 2021. Neste período, os distribuidores de combustíveis adquiriram 744,7 mil créditos, somados aos 260 mil que já detinham, totalizando um milhão de CBios.
Ainda em janeiro, a parte não obrigada reduziu sua posição em 137 créditos. Além disso, comprou outros 25,88 mil títulos com intuito de compensar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de suas atividades. O preço médio do crédito variou entre R$ 30,00 e R$ 35,70.
De acordo com os dados preliminares da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 1° a 24 de janeiro, foi registrada a emissão de lastro para 1,96 milhão de CBios (soma dos CBios escriturados e dos pré-CBios das Notas Fiscais já validadas).
“O ritmo de oferta de CBios neste início do ano confirma o comprometimento dos produtores com o RenovaBio e o cumprimento da meta de descarbonização. Até o momento, observamos que a compra por outros agentes do mercado tem pouco efeito na disponibilidade de títulos”, analisa Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA. “Vale ressaltar, por exemplo, que quanto menos combustível fóssil a distribuidora comercializar, menor é o número de CBios que terá que comprar no futuro para compensar a emissão de gases de efeito estufa”, explica.
Para 2021, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determina que a parte obrigada tem que adquirir mais de 24,86 milhões de CBios. A quantidade comprada em janeiro pelas distribuidoras representa pouco mais de 35% da média mensal para o cumprimento da lei. Isso, se optassem por distribuir a compra ao longo do ano.
A Política Nacional de Biocombustíveis – RenovaBio foi desenhada para atingir parte das metas de redução de emissões do Brasil no âmbito do Acordo de Paris. Assim, o programa compara a pegada de carbono dos diferentes biocombustíveis em seu ciclo de vida (da produção à combustão no veículo). A partir daí, calcula a redução de emissões proporcionada frente à alternativa fóssil. O aumento do uso de combustível renovável e a comercialização de Cbios ajudam no cumprimento das metas de descarbonização.
Fonte: UNICA