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Estudo da Esalq norteará Plano Nacional de Irrigação

Estudo desenvolvido pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) vai nortear o Plano Nacional de Irrigação coordenado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). 
 
Segundo o levantamento, a partir de agora, todos os projetos públicos que tratem sobre o tema no país precisarão ser planejados conforme o relatório elaborado pela Esalq. 
 
Como resultado principal, a pesquisa demonstrou que o Brasil tem potencial para expandir para 61 milhões de hectares suas terras irrigadas, o equivalente a dez vezes o atual.
 
O estudo Análise Territorial no Brasil para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada foi desenvolvido pelos professores Gerd Sparovek e Durval Dourado Neto, em parceria com o Ministério da Integração Nacional e avaliou 168.843 mil bacias hidrográficas com cerca de 5.000 hectares cada.
 
Na quinta-feira, o diretor da Esalq Luiz Gustavo Nussio e o vice-diretor e coautor do projeto, Dourado Neto, estiveram em Brasília (DF), onde apresentaram os resultados da pesquisa à ministra Kátia Abreu, responsável pelo Mapa.
 
Um dos dados mais importantes revelados pelo estudo permitiu atualizar a estimativa de áreas irrigáveis existentes no país. 
 
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o Brasil possui 29 milhões de hectares irrigáveis, número que foi corrigido pela pesquisa da Esalq, que apontou a existência 66 milhões de hectares irrigáveis. 
 
Para Dourado Neto, conhecer a dimensão dos solos irrigáveis poderá resultar no aumento da qualidade de vida das pessoas.
 
“Isso norteará políticas públicas nessa área daqui para diante. Se pretendemos sair dos atuais 6 milhões para 66 milhões de hectares irrigados, precisaremos investir em infraestrutura, estradas, gerar energia, ou seja, dar condições para chegarmos a esse valor no futuro. Só há condição de preservar e melhorar a qualidade de vida onde temos agricultura irrigada. Portanto, se já sabemos quanto podemos avançar, já é um subsídio suficiente para que o governo faça um planejamento de longo prazo neste setor”, disse Neto.
 
Ele considera que o estudo possibilitou a Esalq atender demandas sociais emergentes.
 
“É muito importante que a universidade, além de formar alunos, atenda demandas de extensão como essa. Para que haja preservação ambiental e justiça social, temos que gerar e distribuir riquezas, ou seja, acumular capital e propiciar desenvolvimento. Portanto, a função da universidade é gerar conhecimento e transformar isso em riqueza para o bem comum.” 
 
Dourado Neto afirmou que a ministra anunciou, no encontro, que pretende elaborar projeto com base nesse levantamento para que o Brasil irrigue, a curto prazo, mais 1,5 milhão de hectares e, a médio prazo, 5 milhões de hectares.
 
“Este estudo direcionará os investimentos nesse setor, principalmente em redes de energia que viabilizem os sistemas de irrigação”, relatou.
 
Fonte: Jornal de Piracicaba