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Etanol é aposta para alavancar setor sucroenergético

O consumo de etanol hidratado é a grande aposta para alavancar o setor sucroenergético na safra que acabou de começar. Isso porque, o avanço do combustível pode interferir favoravelmente no preço do açúcar em todo o mundo.
 
"E dar um pouquinho de rentabilidade de volta para o setor, para que os investimentos possam ser retomados", disse o engenheiro agrônomo e professor da FEA-RP/USP, Marcos Fava Neves. "Portanto, consumir hidratado o máximo possível", completa.
 
Segundo ele, o consumo de etanol hidratado em abril deste ano foi 50% maior do que em relação ao mesmo mês do ano passado. "Essa é a grande variável que vejo. O pior já passou", frisa. 
 
A crise e a importância do setor sucroenergético para o mercado mundial foram discutidas em evento realizado pela Organize - Soluções Integradas para a Gestão Agroindustrial, ontem (28), em Ribeirão Preto; e contou com a participação do jornalista Carlos Alberto Sardenberg e especialistas do setor.
 
Importância
 
Durante o evento, Fava afirmou que o ambiente é difícil, devido as crises política e econômica que o país enfrenta. "Apesar da crise, o agronegócio enfrenta em cenário melhor do que vinha enfrentando", disse.
Já o engenheiro agrônomo e presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Açúcar e Álcool, Ismael Perina, comentou que a crise e o descaso do governo não afetou apenas o setor, mas toda a sociedade.
"Mas, sem dúvida, açúcar, etanol e energia serão os alicerces para fazer o país crescer novamente", ressaltou Perina.
 
"Ao fazer bem ciência e tecnologia, organização jurídica, planejamento, reestruturação operacional e governança, associativismo e gestão financeira, conseguiremos a retomada do setor", comentou Fava.
Isso porque, de acordo com ele, o setor bioenergético é um grande gerador de valor do país. "De emprego, tributo e exportação", concluiu.
 
Medidas serviram para repor perdas
 
Para o professor da FEA-RP/USP Marcos Fava, as medidas tomadas pelo Governo como o aumento do etanol na gasolina e o reajuste do preço do combustível fóssil serviram apenas como um fôlego para o setor.
"Só devolveu o que tinha tirado. Agora, precisaria vir mais coisas", disse. Segundo ele, os ajustes são necessários, pois o setor gera emprego, benefício social e ambiental. "E nesse momento em que o Brasil não tem muitas alternativas, seria uma das principais à disposição. Então, tem que voltar a fortalecer e olhar o setor com carinho."
Na opinião de Fava, o Governo está percebendo que o Brasil pode passar por uma grave crise de abastecimento de combustíveis daqui três ou quatro anos se ele não olhar para o setor. "Então, é melhor olhar para o etanol do que para a gasolina."
 
Fonte: Jornal A Cidade via Portal UDOP