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Etanol pode contribuir com a melhoria da qualidade do ar em São Paulo

O inverno deste ano não tem registrado as temperaturas frias típicas da estação, mas outra característica da época permaneceu: o clima seco e a umidade relativa do ar comparável a cidades localizadas no deserto. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), não chove na região metropolitana de São Paulo desde o último dia 26 de julho. Com isso, a qualidade do ar da cidade tem sido considerada preocupante para a saúde dos paulistanos, principalmente por causa dos altos índices de poluição provenientes dos veículos automotores.
 
Apesar do cenário crítico, a situação poderia ser bem pior. Desde março deste ano, o percentual de etanol anidro presente na gasolina passou de 25% para 27%, reduzindo um pouco as emissões de poluentes a partir da queima do combustível fóssil. Além disso, hoje, o volume consumido de etanol combustível (somando etanol hidratado e anidro) supera o de gasolina pura em 75% em São Paulo.
 
“A redução da cobrança do ICMS sobre as vendas de etanol hidratado no Estado, de 25% para 12%, adotado desde janeiro de 2004, aliada à retomada da CIDE sobre a gasolina neste ano e à paridade entre os combustíveis abaixo de 70% tem tornando o etanol cada vez mais atraente para o consumidor, que também deve levar em conta os benefícios para a saúde e meio ambiente na hora de optar pelo biocombustível”, destaca o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues.
 
O etanol derivado da cana-de-açúcar é uma alternativa de combustível proveniente de fonte limpa e renovável, que proporciona ganhos à saúde pública. Um estudo desenvolvido por equipe de médicos e especialistas da Universidade de São Paulo (USP), liderado pelo médico e professor Paulo Saldiva, concluiu que o uso do biocombustível nas oito principais regiões metropolitanas do Brasil foi responsável pela redução de quase 1.400 mortes e mais de 9.000 internações anuais ocasionadas por problemas respiratórios e cardiovasculares associados somente ao uso de combustíveis fósseis. Trata-se de uma economia de R$ 430 milhões por ano para o sistema de saúde pública e privada.
 
Além disso, o etanol também apresenta vantagens ambientais sobre a gasolina – reduz as emissões de gases causadores das mudanças climáticas em até 90%. Só nos últimos 12 anos (de março de 2003, quando a tecnologia flex foi lançada no Brasil, a maio de 2015), por exemplo, a utilização do combustível produzido a partir da cana evitou a emissão de mais de 300 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, valor que corresponde aproximadamente ao que a Polônia libera por ano (317 milhões de toneladas de CO2). “Hoje, este é o único biocombustível produzido em grande escala no mundo considerado ‘avançado’ pela Environmental Protection Agency (EPA), a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos”, reforça Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologias da UNICA.
 
Fonte: Unica