Apla-Etanol pode reduzir a importação de gasolina
Logotipo Apla Sugarcane
EN ES PT

Etanol pode reduzir a importação de gasolina

Um levantamento feito pela União da Indústria da Cana de açúcar (Unica) mostra que a maior demanda por etanol pode reduzir os custos do governo com importação da gasolina. O estudo reforça a importância do biocombustível na matriz energética brasileira.
 
O volume de etanol hidratado comercializado no País antes das alterações na tributação da gasolina era de 1,25 bilhão de litros por mês. Atualmente, está em cerca de 1,5 bilhão de litros, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
 
Esse aumento de quase 250 milhões de litros mensais no consumo interno de hidratado representa uma redução de 130 milhões de litros na demanda por gasolina pura (gasolina A, semanidro), diz Elizabeth Farina, presidente da Única.
 
Além disso, a elevação do nível de mistura de etanol anidro na gasolina de 25% para 27% também permitiu uma economia adicional de cerca de 70 milhões de litros mensais de gasolina pura.
 
De acordo com o departamento econômico da Unica, entre 2011 e 2014, as importações brasileiras de gasolina totalizaram 11,02 bilhões de litros, gerando um prejuízo total estimado em torno de R$ 3 bilhões à Petrobras (decorrente da venda de gasolina no mercado doméstico a um preço inferior aquele pago no mercado internacional). Essas importações geraram déficit de US$ 8,37 bilhões na balança comercial do País neste período, segundo a entidade.
 
Somente em 2014, a balança comercial de gasolina A foi negativa em US$ 1,35 bilhão (mais de R$ 3 bilhões). Esse montante é equivalente a 35% de todo o déficit comercial brasileiro no ano, avaliado em US$ 4 bilhões.
 
O impacto negativo persiste em 2015. Nos primeiros quatro meses deste ano, as importações de gasolina já somaram 1,43 bilhão de litros (alta de 66% sobre 2014), a um custo de R$ 611,94 milhões ao País. No comparativo entre importação e exportação, o resultado fica negativo em US$ 606 milhões entre janeiro e abril de 2015, o equivalente à perda de quase R$ 2 bilhões diante da desvalorização cambial.
 
Vale lembrar que em 2009, a participação do etanol hidratado era de mais de 30% no consumo de combustível e agora, mesmo com o recente aumento, a participação é de 22%.
 
Apesar de garantir maior rentabilidade do que o açúcar e o etanol, a venda de energia extra produzida com bagaço de cana ainda está restrita a um terço das usinas em operação no País.
 
Vale lembrar que todas as usinas sucroalcooleiras do Brasil são autossuficientes em cogeração de energia com bagaço da cana. No entanto, das 354 unidades em operação, apenas 127 vendem sua energia extra para o mercado distribuidor, com contratos de longo prazo.
 
Atualmente, a cogeração representa de 8% a 10% do total da receita das usinas. No mercado à vista, o preço da energia de biomassa atingiu seu pico de R$ 822,00 no ano passado e hoje está em torno de R$ 320,00.
 
A capacidade instalada das usinas é de 9.339 MW (megawatt), incluindo consumo próprio, o equivalente a cerca de 70% da Usina de Itaipu, de acordo com levantamento da Unica. A energia produzida com o bagaço é sazonal, de abril a dezembro, período de colheita da cana e também de estiagem no País. Até 2021, a capacidade instalada das usinas poderia atingir 22 mil MW, estima a Única.
 
Fonte: Jornal do Comércio via Brasil Agro