Ministério reduz previsão para valor da produção do campo
O Ministério da Agricultura voltou ontem a reduzir sua projeção para o Valor Bruto da Produção (VBP) do Brasil neste ano. A Pasta projetou um valor total de R$ 508,4 bilhões para 2016, 1,25% abaixo dos R$ 514,8 bilhões previstos no mês passado. O montante também já está mais distante dos R$ 516,02 bilhões estimados para 2015.
O novo recuo, afirma o ministério, decorre da expectativa de queda nas produções agrícola e pecuária, em decorrência da seca em algumas regiões do país e do excesso de chuvas em outras.
Para o ministério, a produção das 20 principais lavouras do país terá valor de R$ 332,5 bilhões, 1,6% aquém da previsão anterior de R$ 337,88 bilhões e abaixo dos R$ 333,02 bilhões de 2015. Para a soma dos cinco produtos da pecuária, a projeção caiu de R$ 176,9 bilhões em abril para R$ 175,94 bilhões este mês, ampliando a diferença em relação aos R$ 182,99 bilhões do ano passado.
"A retração pode ser observada pelas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a safra de grãos, que passou de 207,67 milhões de toneladas em 2015 para 202,34 milhões este ano. Seca e excesso de chuva atingiram lavouras importantes, como algodão, arroz, soja e milho, e contribuíram para esse resultado", disse o ministério, em nota.
O VBP da soja, o mais representativo para o país, é agora estimado em R$ 115,34 bilhões a previsão anterior era de R$ 120,32 bilhões. O do café caiu de R$ 23,65 bilhões para R$ 23,24 bilhões.
Em compensação, outros importantes produtos do agronegócio nacional tiveram suas estimativas reajustadas para cima. A previsão para o valor bruto de bovinos cresceu de R$ 74,46 bilhões para R$ 74,56 bilhões. O do milho, por sua vez, subiu de R$ 45,25 bilhões para R$ 45,53 bilhões, e o da canadeaçúcar, de R$ 50,18 bilhões para R$ 50,76 bilhões.
Ainda segundo o ministério, a elevação de preços de commodities como soja, milho, algodão e café conilon devem evitar quedas mais expressivas do faturamento de produtos que tiveram redução na expectativa de produção.
Fonte: Valor Econômico via Revista Canavieiros