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O desenvolvimento agrícola da África traz boas oportunidades também para o Brasil

Embora os solos da África sejam, em geral, de baixa fertilidade, eles podem ser corrigidos, propiciando assim excelentes níveis de produtividade, a exemplo do que aconteceu recentemente no Brasil, nas regiões de fronteira agrícola do Maranhão, Piauí e Tocantins.
 
Portanto, o que de fato merece atenção na África são as políticas de fomento à agricultura, que serão responsáveis por potencializar os recursos existentes e transformar o continente em um importante player global, capaz de suprir a sua demanda interna e também auxiliar no abastecimento de outras regiões. 
 
É neste contexto que surgiram os chamados “corredores (ou ilhas) agrícolas”, cuja ideia central é identificar regiões com potencial agrícola e traçar estratégias de desenvolvimento específicas para cada uma delas. Este plano já está em andamento em alguns países, como Nigéria, Angola, Gana, Moçambique, Zâmbia e Tanzânia.
 
Vale ressaltar que o plano já deu certo em outras partes do mundo, como os pampas argentinos, a estepe russa, a planície norte-americana e o desenvolvimento do Cerrado brasileiro. Hoje, o Cerrado é a maior região agrícola do Brasil, mas, até meados de 1960, sua produção era pequena. Investimentos em pesquisa, desenvolvimento de tecnologias, aliados ao melhoramento da infraestrutura e apoio dos setores público e privado, foram essenciais para transformar a região.
 
A África, desse modo, é muito comparada ao Brasil pela semelhança em termos de clima, solo e topografia. A expectativa é que a agricultura africana testemunhe uma transformação ao longo das próximas duas décadas, da mesma forma como ocorreu no Brasil nos últimos quarenta anos.
 
O desenvolvimento agrícola da África traz, portanto, boas oportunidades também para o Brasil. Produção agrícola, investimento em terras, transferência de conhecimento, internacionalização de empresas, exportação e abertura de mercados, são algumas das possibilidades de negócios para empresas e investidores brasileiros. Assim, o Brasil tem condições de participar mais ativamente do desenvolvimento da agricultura na África e contribuir não somente na geração de benefícios para o continente, como também para a expansão da fronteira agrícola e da agricultura global.
 
Fonte: Cana Online