Graças aos 402 ônibus abastecidos com 30% de diesel de cana e 59 coletivos movidos com 95% de etanol em circulação pela maior metrópole da América Latina, a cidade de São Paulo é referência no País e no mundo ao adotar dois combustíveis renováveis oriundos da cana no transporte público.
As iniciativas que fazem parte do Programa Ecofrota foram lançadas com o apoio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e ajudam a reduzir progressivamente o uso de combustíveis fósseis neste segmento, contribuindo também na diminuição das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs).
No caso dos veículos abastecidos com 30% de diesel de cana, cujos primeiros testes de campo ocorreram em 2010, a redução na emissão de material particulado na atmosfera, a chamada fumaça preta, em relação aos coletivos movidos a óleo diesel, pode atingir a faixa de até 30%. Em relação aos ônibus a etanol, além de cortar em até 90% a emissão de particulado, os veículos emitem 80% menos gases responsáveis pelo aquecimento global, reduzindo 62% a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) e não liberando enxofre, substância que causa a chuva ácida.
Na opinião do consultor em Emissões e Tecnologias da UNICA, Alfred Szwarc, esta frota “verde” valoriza a cadeia produtiva da cana em São Paulo, considerada a principal região produtora de etanol mais sustentável do mundo, ao mesmo tempo que atende a legislação ambiental para mitigação do aquecimento global. “Este veículos reduzem fortemente a emissão de poluentes, gerando mensuráveis benefícios para economia e a saúde pública. É uma solução prática e eficiente,” afirma.
Primeira nas Américas a propor este programa sustentável no transporte urbano, São Paulo segue o modelo implantado há mais de uma década em Estocolmo, na Suécia, onde atualmente existem mais de 600 veículos desse tipo em operação.
Projeto de ônibus a etanol começou a ser discutido em 2007 Assim como na capital sueca, os ônibus paulistas movidos a etanol dispõem de uma tecnologia para que os motores a diesel funcionem com uma mistura de 95% de etanol e 5% de um aditivo especial. O projeto envolvendo os 402 ônibus abastecidos com 30% de diesel renovável de cana é resultado da parceria da Multinacional Amyris Biotechnologies, uma das pioneiras no desenvolvimento desse tipo de produto, com a Raízen, associada da UNICA, e as empresas de viação Gato Preto, Transpass e Sta. Brígida.
A presença dos 59 ônibus a etanol na capital teve decisiva colaboração do Projeto Best Bio Ethanol Sustainable Transport (Best), ação idealizada pela União Europeia (UE) com supervisão no Brasil do Centro Nacional de Referência em Biomassa (CENBIO), e novamente a participação da Raízen, Scania, Caio (fabricante de carrocerias) e da Viação Metropolitana.
Fonte: Unica