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Organizações internacionais enaltecem papel dos biocombustíveis na agenda climática global

Os combustíveis renováveis de primeira e segunda gerações (1G e 2G), desde que produzidos de forma sustentável, têm muito a contribuir na luta contra o aquecimento global
 
Para representantes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e das agências internacionais de energia IEA e IRENA, a produção e utilização de etanol no Brasil é um caso bem-sucedido e deve servir de referência entre as políticas mais eficientes do mundo em termos de redução das emissões de CO2 no segmento veicular e na bioeconomia. Tal consenso pode ser observado de perto pela assessora sênior da Presidência para Assuntos Internacionais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Géraldine Kutas, que acompanhou em Bruxelas no início da última semana (10 e 11/04) uma importante conferência europeia sobre o tema “O papel dos Combustíveis de Baixo Teor de Carbono no Transporte da Descarbonização”.
 
O evento promovido pela Comissão Europeia, Plataforma Biofuturo, movimento Below50 e IRENA reuniu aproximadamente 200 participantes de diversos países. Segundo Géraldine Kutas, as principais reflexões giraram em torno da necessidade urgente de se expandir a produção e o uso da bioenergia sustentável no mundo. “Para atender a demanda crescente por energia, será preciso duplicar a participação das fontes alternativas na matriz energética mundial pelos próximos 30 anos. Isso significa triplicar a produção dos combustíveis renováveis neste período”, ressalta a executiva.
 
Entretanto, segundo a assessora da UNICA, para que isso ocorra será imprescindível a não imposição de barreiras comerciais ou que medidas prejudiquem o livre comércio do etanol, principalmente na Europa e Ásia. “Outro entendimento comum entre os debatedores da conferência foi em relação à distinção que se tem feito entre biocombustíveis 1G e 2G”, ressalta a executiva da UNICA, em referência à proposta defendida pela Comissão Europeia na nova Diretiva sobre a Promoção das Energias Renováveis (REDII), cuja aprovação do texto final deverá ocorrer nos próximos meses.
 
“Seguindo a linha argumentativa da UNICA, os participantes do evento, tendo como ponto de apoio os comentários feitos por executivos da FAO, IEA e IRENA, também se mostraram contra a proposição que diferencia o 1G do 2G. A conclusão foi de que as duas gerações são complementares e estratégicas para a segurança energética e a mitigação de poluentes”, conclui Géraldine, cujo painel moderado teve a participação de representantes da Comissão Europeia, da IRENA, da FAO, do Imperial College e da Climate Foundation.
 
RenovaBio
 
A conferência europeia também foi uma excelente oportunidade para se falar sobre duas iniciativas de incentivo aos combustíveis de baixa emissão de carbono, tanto no âmbito brasileiro quanto internacional.
 
O diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, explicou a relevância da Política Nacional de Biocombustíveis, medida em fase de regulamentação no Brasil. O programa, mais conhecido como RenovaBio, deverá ser implantado em 2020 e terá como objetivo central mitigar as emissões de gases de efeito estufa nos transportes por meio do maior uso de combustíveis menos poluentes, como o etanol de cana.
 
No cenário internacional, o chefe da Divisão de Recursos Energéticos do Itamaraty, Renato Godinho, abordou a Plataforma Biofuturo, movimento lançado em 2016 que reúne 20 nações em prol dos combustíveis alternativos na matriz energética mundial. As ações de comunicação e relacionamento são pautadas pela cooperação e diálogo entre indústria, academia, organizações internacionais e instituições financeiras dos seguintes governos: Argentina, Canadá, China, Dinamarca, Egito, Finlândia, França, Índia, Indonésia, Itália, Marrocos, Moçambique, Países Baixos, Paraguai, Filipinas, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido e Uruguai.
 
Fonte: Unica