Piracicaba tem 85% da colheita de cana-de-açúcar mecanizada
A colheita mecanizada da cana-de-açúcar avança no Brasil e, na região de Piracicaba, as máquinas já realizam 85% do trabalho, de acordo com o conselheiro fiscal da Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), José Rodolfo Penatti. A proibição da queimada dos canaviais foi um fator que acelerou o processo de mecanização da colheita – acordo firmado entre governo do Estado e produtores em 2007. Situação que cortou mais de 10 mil empregos na macrorregião composta por 75 municípios – estes eram gerados por mais de 3.100 produtos.
Nas três cidades atendidas pela Diretoria Regional do Ciesp Piracicaba – Iracemápolis, Rio das Pedras e Piracicaba –, entre seis e oito mil postos de trabalho deixaram de existir. “Este número é referente às três usinas que estão na área de pesquisa do Ciesp local. É difícil mensurar o número dos que conseguiram se requalificar para outras ocupações, seja no setor sucroenergético seja em outras atividades ligadas ao setor agropecuário. Isto porque houve um processo importante de requalificação destes profissionais”, explica o gerente regional do Ciesp, Homero Scarso. “Estes foram realocados em postos dentro das usinas como mecânicos, motoristas de colheitadeira, abastecedor, entre outras ações. No trabalho, o Senai teve papel preponderante, assim como as usinas que, preocupadas, incentivaram o estudo destes profissionais”, acrescenta.
Ainda segundo Scarso, quem permaneceu no setor teve importante ganho social. “Obteve melhor remuneração, deixou o trabalho exaustivo do corte manual da cana e, consequentemente, teve ganho na qualidade de vida. Situação que reflete na autoestima destas pessoas, que estão mais satisfeitas atualmente”.
Apesar da queda, ainda existem contratações no setor. Scarso afirma que o saldo de geração de emprego na indústria regional, em março, deve ser positivo.
Para José Penatti, “a macrorregião de Piracicaba não deve alcançar 100% da mecanização, pois há áreas onde a adaptação é impossível. Mas, ao longo dos próximos anos, estas áreas devem deixar de plantar cana, devido ao alto custo”, afirma.
VALOR
O conselheiro fiscal da Coplacana, José Penatti, conta que a realização do corte da cana crua é, em média, 35% mais cara quando comparada ao corte mecanizado. “Não tem jeito, em alguns anos, a colheita manual deve ser extinta, pois não compensa mantê-la ao pensar nas perdas financeiras”, disse.
A mecanização nas lavouras é um fator crucial no aumento da produtividade. Apesar dos efeitos que gera na redução do emprego, é dessa forma que as sociedades conseguem avançar e se tornar mais produtivas, observa Penatti.
Fonte: Gazeta de Piracicaba