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Popular no Brasil, motor flex vira opção global para carro sustentável

Os dois maiores emissores de gases do planeta -- basicamente gás carbônico, mas também outros -- finalmente chegaram a um acordo para homologar a meta de redução estabelecida na última conferência mundial sobre mudanças climáticas.
 
Estados Unidos e China aproveitaram recente reunião do G20 (grupo de países que representa 90% do PIB mundial) e se comprometeram a baixar o consumo de combustíveis fósseis. No caso de veículos, gasolina e diesel deverão ceder espaço a biocombustíveis e eletrificação de forma híbrida ou total.
 
Este é um tema muito complexo. As propostas envolvem comunidades científicas, governos e indústria automobilística mundial, pois abrangem diferenças culturais e realidades econômicas totalmente diversas.
 
Até a conscientização ambiental varia em um mesmo país, como nos EUA, ou no conjunto dos países europeus. Japão está mais engajado do que a China e, dentro da América do Sul, o Brasil lidera com o programa de biocombustíveis (etanol e, secundariamente, biodiesel). 
 
Motor flex no radar
 
O 24º Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, organizado pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) nos dias 5 e 6 de setembro, em São Paulo (SP), teve como mote a eficiência energética e os impactos da evolução tecnológica para controle dos gases de efeito estufa.
 
Foram mais de 60 trabalhos técnicos, além de dois painéis de debates e cinco palestras de especialistas. Ricardo Abreu, presidente do simpósio, desenvolveu análise mais abrangente. Para ele não basta considerar apenas CO2. É preciso verificar o ciclo de vida de produção dos combustíveis, da origem ao descarte final via emissões no escapamento.
 
Desse ponto de vista, um biocombustível como etanol de cana-de-açúcar leva grande vantagem sobre os de origem fóssil. Em mistura com gasolina pode aumentar bastante sua octanagem e, por isso, nos EUA se estuda adição de 30% a até 40% do combustível vegetal na composição do derivado do petróleo. No Brasil, o índice atual é de 27%.
 
Com teores tão elevados, Abreu vislumbra oportunidades para um motor global flex em que cada país decidiria entre o mínimo de 10% e o máximo de 100% de etanol, a depender do custo de produção. Para esta Coluna o potencial para a engenharia automotiva brasileira é grande, por já estudar motores flex há mais de 30 anos.
 
Coincidentemente a Nissan acaba de anunciar no Japão um motor de taxa de compressão variável a ser exibido, no final do mês, no Salão de Paris. Para um motor flex é o ideal, embora ainda não se saibam os objetivos da marca japonesa nem o preço desse recurso, basicamente mecânico, em cenário tecnológico dominado pela eletrônica.
 
Fonte: UOL Carros via Revista Canavieiros