Prévia do PIB do Banco Central indica alta de 0,58% para a economia no 3º trimestre
A economia brasileira não só manteve a trajetória de crescimento no terceiro trimestre deste ano como também registrou aceleração do seu ritmo, segundo indicam números do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (20).
Entre julho e setembro, o índice apresentou alta de 0,58% quando comparado com o segundo trimestre de 2017 (abril a junho). O resultado foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes de um ano.
Esse foi o terceiro trimestre consecutivo de expansão do indicador. Dados revisados pela autoridade monetária apontam para uma alta de 1,1% no primeiro trimestre e de 0,39% entre abril e junho deste ano - sempre na comparação com os trimestres anteriores.
O IBC-BR é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números oficiais do PIB do terceiro trimestre serão divulgados no dia 1º de dezembro.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2015, o PIB teve uma retração de 3,8% e, no ano passado, a economia registrou um encolhimento de 3,6%.
Previsões para 2017
Para 2017, a previsão de analistas do mercado financeiro é de alta do PIB de 0,73%, mas o Banco Central estima uma expansão um pouco menor da economia neste ano, da ordem de 0,7%. Já o Ministério do Planejamento prevê uma alta menor, de 0,5% para o PIB em 2017.
Para tentar reaquecer a economia, o governo Michel Temer tem anunciado medidas como a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pase para idosos.
Além disso, o Banco Central vem reduzindo a taxa Selic, que hoje está em 7,5% ao ano - perto da mínima histórica de 7% ao ano. A queda da Selic deve se traduzir em juros mais baixos nos empréstimos bancários, o que também contribui para estimular a economia.
Mês de setembro, parcial do ano e doze meses
Os dados do BC mostram que, somente em setembro, o IBC-Br registrou crescimento de 0,40%, na comparação com agosto (quando houve uma queda de 0,37% frente a julho). Neste caso, a comparação foi feita após ajuste sazonal, considerada mais apropriada por analistas. Sem ajuste, houve uma queda de 3,46% no IBC-Br em setembro deste ano.
De acordo com informações da autoridade monetária, o IBC-Br registrou crescimento em seis dos nove primeiros meses deste ano. Houve alta em janeiro (+0,47%), fevereiro (+1,33%) e abril (+0,20%), junho (+0,51%), julho (+0,42%) e setembro (+0,40%), mas recuo em março (-0,43%), maio (-0,19%) e agosto deste ano, quando caiu 0,37%.
Já no acumulado dos nove primeiros meses de 2017, ainda segundo números do BC, o indicador do nível de atividade registrou alta de 0,43%. A comparação foi feita sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais de tempo. Dessazonalizado, o indicador avançou 0,61%.
Na parcial de 12 meses até setembro, entretanto, a prévia do PIB do Banco Central registrou queda de 0,42%, considerando os ajustes sazonais. Sem ajuste, a queda é de 0,65%.
O que é o IBC-Br?
Embora o cálculo seja um pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.
O indicador é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. O crescimento ou desaceleração da economia influenciam na inflação, que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic.
Para 2017 e 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Neste ano, por conta da demora na retomada do nível de atividade, o mercado financeiro, e também a autoridade monetária, acreditam que a inflação oficial ficará abaixo da meta central de 4,5% - algo que não acontece desde 2009.
Fonte: Portal G1 via Revista Canavieiros