Produção agropecuária da região chega a R$ 1,5 bilhão
A produção agropecuária concentrada na região de Piracicaba somou quase R$ 1,5 bilhão no acumulado de 2015, mostrou estudo divulgado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
Em comparação a 2014, houve crescimento de 16,9% — naquele ano, a quantia registrada havia sido R$ 1,2 bilhão. Descontada a inflação do período, houve crescimento real de 4,43%. Os dados consideram 16 municípios de abrangência do Escritório de Desenvolvimento Rural da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).
Dentre todos os itens produzidos, o que alcançou valor mais representativo foi a canade- açúcar. A cultura, sozinha, somou R$ 722,32 milhões, quase metade de todo o valor registrado em produção agrícola na região.
Em seguida, estão a carne de frango (R$ 474 milhões), a carne bovina (R$ 137 milhões) e a laranja para a indústria (R$ 28 milhões). A carne suína ficou em quinto lugar, com movimentação de R$ 28,4 milhões. Demais produtos agrícolas somaram R$ 108,13 milhões.
Para o engenheiro agrônomo da Cati, Henrique Bellinaso, o aumento do valor de produção agropecuária mostra que o setor se manteve forte mesmo com a crise. “O aumento do valor de produção agropecuária bruto foi grande, mas descontada a inflação, ele acaba não sendo tão representativo assim. De qualquer forma, a grande questão é que o setor continuou forte, com aumento real, o que mostra a importância que a agropecuária tem para o Brasil e para a região”, afirmou.
Apesar do ‘peso’ da cultura da cana-de-açúcar, o crescimento do valor de produção total é reflexo da majoração dos preços das carnes, principalmente da bovina. De forma geral, ambas foram beneficiadas com a valorização do dólar, que propiciou mais exportações.
Com isso, o valor bruto obtido com a produção foi maior. “O aumento considerável da arroba do boi e dos preços das aves e dos suínos, no ano passado, foi o que puxou a melhora no preço dos produtos agropecuários. São itens que estão atrelados ao dólar e que ficaram mais atrativos para exportação”, informou Bellinaso.
Já a cana sofreu com a prolongada estiagem em 2014 e no começo de 2015. Depois, foi a chuva em excesso que atrapalhou o setor. A produção teve quebra de quase 30% na safra 14/15, lembrou o engenheiro agrônomo, e os preços do setor, embora tenham se recuperado em meados do ano passado, continuam não sendo o esperado pelos produtores.
MIGRAÇÃO — Com a cana não remunerando a contento, tem crescido o número de agropecuaristas que vem migrando para a produção de gado de corte, segundo Bellinaso. “Percebemos que a cana tem se concentrado, cada vez mais, em poucos produtores.
Em 2015, devido à alta da arroba do boi, muitos produtores começaram a investir em bovinos, iniciando ou aumentando área e plantel”, disse.
Segundo ele, a cultura é preferida em relação à produção suína ou de aves devido aos menores custos de investimento inicial.
Fonte: Jornal de Piracicaba