Recursos obtidos com Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) devem ser usados para investimentos e em gestão de caixa
O diretor financeiro da Raízen, Rafael Bergman, afirmou que a captação de R$ 675 milhões feita em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) será destinada aos programas de investimentos no setor sucroenergético e ainda para a gestão de caixa da companhia, joint venture entre a Cosan e Shell. “A Raízen tem programa de investimentos de R$ 2 bilhões só no setor sucroenergético, dívidas ao longo do tempo e ainda outras obrigações. Fazemos gestões de caixa com captações (como essa) para cobrir essas operações”, disse o executivo à Agência Estado.
Bergman evitou comentar sobre operações futuras da Raízen, por conta do período de silêncio a que a companhia está submetida, mas admitiu avaliar oportunidades por meio desse tipo captação no futuro. Para ele, diante da satisfação com a operação recém-concluída, a Raízen “em algum momento” considerará uma futura captação por meio de CRAs. A maior emissão de CRAs já feita desde que o instrumento de financiamento do agronegócio começou a ser utilizado superou em R$ 175 milhões o total de R$ 500 milhões previsto na oferta inicial.
A emissão com rating local AAA foi coordenada por Itaú BBA, Citibank e J.P. Morgan e a securitizadora da operação foi a Gaia Agro. Os CRAs com repagamento em cinco anos terão remuneração pelo Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e os de sete anos serão remunerados pela inflação, ambos com pagamentos de juros. Pelo volume recorde e pela participação de cerca de 2 mil pessoas físicas na operação, Bergman considerou a emissão em CRAs como histórica. “As pessoas físicas têm um atrativo de ter isenção fiscal nas operações com CRAs e nos leilões (dos certificados) se interessaram muito por conta da taxa mais baixa”, concluiu.
Fonte: Estadão via Jornal Cana