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Safra antecipada da cana deve gerar 6.000 vagas de emprego em Piracicaba

A safra da cana-de-açúcar começa mais cedo este ano e já movimenta o mercado de trabalho de Piracicaba e região.
 
Segundo a Afocapi (Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba), cerca de 6.000 postos de trabalho formal devem ser gerados nesta temporada, sendo que o recrutamento dos primeiros profissionais já começou.
 
A colheita da cana, que tipicamente começa entre abril e maio, tem previsão de início para a segunda quinzena de março. “Temos fornecedores já contratando empresas e usinas que estão começando o processo de seleção dos trabalhadores para iniciar a safra o quanto antes. Nos últimos anos, as contratações começavam em abril, porque a colheita geralmente era iniciada em maio. Como sobrou muita cana em pé no ano passado, a safra será antecipada para evitar que se tenha mais perdas”, disse José Coral, presidente da Afocapi.
 
Segundo ele, serão admitidos cerca de 3.000 trabalhadores para o corte manual da cana-de-açúcar nas lavouras de Piracicaba e dos cerca de 70 municípios que compõem a base da Associação.
 
Já as usinas da microrregião, como Santa Helena, Costa Pinto e Iracema, devem recrutar mais 3.000 profissionais, principalmente no suporte à safra, com contratações de caminhoneiros, tratoristas, e demais profissionais envolvidos no processo. “O processo de seleção leva tempo, muitos trabalhadores vêm de outras cidades para o corte da cana, então o recrutamento começa antecipadamente para que tudo esteja pronto em março. A safra deve começar na segunda quinzena, se o clima for favorável. Se houver muita chuva, haverá atraso, o que esperamos que não ocorra”, relatou Coral.
 
De acordo com ele, mais de 5 milhões de toneladas de cana deixaram de ser colhida na safra passada, o que representa cerca de 20% da produção da região.
 
Essa cana que ficou no campo vai perdendo qualidade, o que representa remuneração menor para o produtor.
 
A expectativa para a safra de 2016, é das melhores, reforçou o presidente da Afocapi. “Esperamos uma safra muito boa, com bastante produtividade. O preço da cana melhorou do ano passado para cá, apesar de ainda não compensar as perdas que tivemos em anos anteriores”, disse.
 
2015 — Afetada pela instabilidade climática, a safra passada foi encerrada tardiamente, em meados de dezembro, enquanto o típico é que a colheita se encerre em novembro.
 
Das cerca de 38 milhões de toneladas que deveriam ser colhidas, mais de 5 milhões permaneceram no campo devido às chuvas, que dificultaram as operações e a entrada das máquinas na lavoura.
 
A cana que “sobra” no campo é a chamada cana bisada, que apesar de não ser perdida, acaba trazendo prejuízos para o produtor, que perde uma parte do rendimento da planta — se a cana tivesse sido cortada, teria brotado novamente para a safra atual.
 
Ao todo, foram plantados mais de 110 mil hectares de cana-de -açúcar na safra passada, que empregou diretamente cerca de 3.800 trabalhadores no corte, segundo a Associação.
 
Fonte: Jornal de Piracicaba