As possibilidades de uma safra positiva no próximo ano dão o tom na 22ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), aberta terça-feira (16) e que vai até hoje sexta-feira (29) em Sertãozinho.
Expositores ouvidos pela reportagem têm expectativas de fazer bons negócios no evento ou após, mas até dezembro, quando as usinas e destilarias encerram a safra e começa o período de reforma, chamado de entressafra.
A TGM, de Sertãozinho, fornecedora de turbinas e demais equipamentos, conclui na Fenasucro o contrato de venda de turbina para mais 90 megawatts (MW) para a Cerradinho Bioenergia, em Chapadão do Céu (GO).
“O equipamento é preparado para atender processos de produção de açúcar, etanol 1G, 2G, etanol de milho e energia elétrica com ciclo regenerativo, complementando os 80 MW já instalados”, diz José Paulo Figueiredo, diretor de engenharia da TGM.
“Expomos na Fenasucro desde o seu começo e o setor de usinas ainda está ruim, mas não para nós, que trabalhamos também com reformas”, diz Cláudio Moreno, diretor da Moreno.
“Estamos contabilizados e já temos metade dos contratos de reformas disponíveis para a próxima entressafra.”
Valor melhor
Outra notícia que traz ânimo aos expositores de bens e serviços de cogeração é o aumento do valor do preço inicial do megawatt-hora gerado por biomassa, como o bagaço da cana, que será de R$ 197 no leilão de setembro próximo.
O valor é considerado remunerador e incentivará os empresários a investir em excedente de cogeração para participar. Em leilões anteriores, os valores ficavam abaixo de R$ 150.
De olho no mercado do setor sucroenergético, multinacionais como a alemã Siemens anuncia na feira a expansão de seu complexo industrial em Jundiaí, voltado para a produção de equipamento para energia.
Ela passa a fabricar no Brasil a tecnologia Sinamics G150, que será apresentada amanhã, às 17h, no estande da empresa.
A Fenasucro conta com 550 expositores e deve atrair 35 mil visitantes. (Com Gabriela Virdes)
Fornecedores estão estáveis, revela pesquisa
Os fornecedores de usinas e destilarias revelam estabilidade diante o setor. É o que revela o Índice de Confiança Reed Multiplus/Fundace, que mostra estabilidade neste mês, após queda na rodada anterior, divulgada em maio.
O índice atual variou 0,01 ponto, indo de 0,41 para 0,42 pontos, mas seguindo abaixo do nível de confiança de 0,50 pontos.
Dentro deste indicador, a única variável que aumentou foi a que se refere à economia geral que saltou de 0,27 para 0,30 pontos.
O Índice de Confiança dos Fornecedores do Setor Sucroenergético (ICFSS) – Reed Multiplus/Fundace é uma ponderação que reflete a maneira pela qual os gestores avaliam as condições atuais e as expectativas em relação à economia brasileira.
‘Teremos uma melhora em 2015’, afirma Nastari
“Teremos uma melhora na safra 2015/2016, principalmente em relação ao etanol”, disse Plínio Nastari, presidente da Datagro, coordenador da 3ª Conferência Datagro Ceise Br, realizada ontem.
“Atualmente, a frota flex representa 63% dos veículos. Em 2020, será de 85%. A recuperação do setor será baseada no etanol”, completou.
Segundo o diretor-geral da Fenasucro, Gabriel Godoy, a feira é a chance que o setor tem para encontrar soluções e tecnologias para gerar novos negócios.
Ele integrou a mesa diretora do encontro, ao lado do presidente de honra da Fenasucro e presidente da Copercana, Antonio Eduardo Toniello, do prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, do diretor da Única, Antonio Rodrigues de Pádua, e do Presidente do Ceise Br, Antonio Eduardo Toniello Filho.
Já a solenidade de abertura, realizada após a conferência, contou com a presença da secretária estadual da Agricultura, Mônika Bergamaschi, representando o governador Geraldo Alckmin.
Também participaram políticos como o senador Eduardo Suplicy e os deputados federais Antônio Duarte Nogueira Júnior e Arnaldo Jardim.
Fonte: Jornal A Cidade