Na atual safra 2013/14, o PIB do setor sucroenergético somou U$ 43,4 bilhões (ou cerca de R$ 94,6 bilhões), aumento de 44% em relação à safra de 2008/9. O valor é maior que o PIB de mais de 100 países, segundo ranking do Fundo Monetário Internacional de 2013. Em impostos, o setor contribuiu com cerca de US$ 8,5 bilhões (R$ 18,7 bilhões).
O setor movimentou U$ 107 bilhões (R$ 234,4 bilhões) na cadeia produtiva. Só com o etanol, as exportações somaram US$ 1,67 bilhão, ou R$ 3,6 bilhões. O etanol também tem participação expressiva na geração de postos de trabalho, gerando cerca de 1 milhão de empregos diretos, número que atinge 3,6 milhões se computados também os indiretos e informais.
Esses dados constam do estudo “Setor Sucroenergético, desafio e oportunidades da safra 2013/2014”, que o professor Marcos Favas Neves, titular do Departamento de Administração da USP de Ribeirão Preto, apresentou nesta quarta (28/5) em audiência pública na Câmara dos Deputados, convocada pela Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergetico para discutir a crise do setor e a criação de novas políticas públicas.
No entanto, apesar da força da participação do setor na economia brasileira, o etanol vem enfrentando séria crise desde 2008, com perda de sua competitividade dentro e fora do País. A descontinuidade das políticas públicas brasileiras na área de energia fez com que o país perdesse a liderança mundial na produção de etanol. Em 2000, as usinas dos Estados Unidos produziam apenas 47% do volume de etanol das brasileiras. No ano passado, a produção nos EUA representou mais que o dobro da brasileira (217%).
No estudo, Marcos Favas Neves demonstra que a crise econômica de 2008 e a descoberta do pré-sal mudaram os rumos do setor sucroenergético nos últimos anos, provocando uma crise sem precedentes na indústria do etanol. Uma das evidências dessa crise foi o fechamento de mais de 40 usinas no Brasil entre 2008 e 2014, causando desemprego e queda na arrecadação dos municípios produtores.
A pesquisa revela que a manutenção do preço da gasolina por sete anos prejudicou a comercialização do etanol, obrigando os produtores a rever seus investimentos. Mas o golpe fatal no biocombustível ocorreu quando o governo federal desonerou a gasolina do recolhimento da Contribuição de Intervenção no Domínio Público (CIDE), em 2012, diminuindo a diferenciação tributária da gasolina em relação ao etanol. Com isso, o etanol perdeu sua competitividade perante a gasolina. O resultado observado no período de 2009 a 2013 foi um aumento de 74% nas vendas de gasolina no país, enquanto as de etanol retraíram 16%.
Em termos sociais, a análise do pesquisador mostra a capacidade do setor e a alta capilaridade da cadeia produtiva gerando 1 milhão de empregos diretos, com uma massa salarial superior a US$ 4 bilhões.
Diante desse cenário, a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético têm realizado várias ações de mobilização, entre elas o Movimento Pró-Etanol, com o objetivo de promover a adoção de políticas públicas que recuperem o setor. Uma delas é a criação do site da Frente, que destaca o Movimento Pró-Etanol e disponibiliza informações sobre a conjuntura do setor e novas iniciativas de mobilização (www.frentedoetanol.com.br).
Fonte: Assessoria de Comunicação via Portal Biocana