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Total anuncia produção de combustível de aviação 100% renovável

A Total deu largada na produção de combustível de aviação 100% renovável, conhecido como SAF (Sustainable Aviation Fuel), em sua biorrefinaria La Mède, com capacidade para produzir até 100 mil toneladas por ano. O combustível será entregue aos aeroportos franceses a partir de abril de 2021.

A Total também confirmou que a até 2024 irá converter uma de suas refinarias, próxima a Paris, em mais uma unidade produtora de SAF.

Atualmente, a legislação francesa exige que as aeronaves no país usem pelo menos 1% de combustível 100% renovável até 2022, chegando a 2% até 2025 e 5% até 2030.

"Ao produzir combustível de aviação sustentável em nossas instalações francesas, hoje, somos capazes de responder à forte demanda de uma indústria de aviação que busca reduzir sua pegada de carbono, enquanto adaptamos nossos recursos industriais", disse Bernard Pinatel, executivo responsável pela área de refino da companhia.

A partir de um acordo internacional, o Corsia, o setor de aviação se comprometeu a ter crescimento neutro de emissões a partir de 2020, em uma fase piloto e voluntária.

Já a partir de 2027, as medidas e metas de redução de emissões valerão para todos os países signatários e os combustíveis sustentáveis terão um papel crucial neste sentido.

O SAF reduz significativamente as emissões de CO2 do transporte aéreo e pode ser usado como combustível drop-in, sem a necessidade de modificar a infraestrutura da cadeia de suprimentos, aeronaves ou motores existentes.

Segundo a Total, a companhia já está envolvida em várias iniciativas para comercializar o combustível sustentável em parceria com agentes da indústria de aviação.

Uso de SAF puro

No mês passado, a gigante da aviação, Airbus, iniciou testes em suas instalações em, Toulouse, na França, para avaliar os efeitos do uso de SAF puro nas emissões e no rendimento dos aviões.

A inciativa, parte do projeto Emission and Climate Impact of Alternative Fuels (emissões e impactos climáticos dos combustíveis alternativos), utilizou o biocombustível da Neste, maior produtora europeia de SAF, em um A350-900, com propulsores Rolls-Royce no primeiro voo para comprovar a compatibilidade operacional do uso do combustível sustentável puro com os sistemas da aeronave.

"Atualmente, os aviões só podem funcionar com uma mistura máxima de 50% de SAF e querosene fóssil; esta parceria permitirá entender como os motores de turbina a gás funcionam utilizando 100% do combustível sustentável visando a certificação, além de identificar as possíveis reduções de emissão e os benefícios ambientais", explica Steven Le Moing, diretor do Programa de Novas Energias da Airbus.

Shell também aposta em SAF

Nesta semana, a Shell anunciou investimentos na LanzaJet, produtora de SAF, para acelerar a comercialização do combustível sustentável. O montante não foi divulgado.

Além do investimento inicial, a Shell também poderá investir na construção de instalações de produção em maior escala nos próximos anos.

Atualmente, a LanzaJet está construindo sua primeira planta para produção de Alcohol-to-Jet (AtJ), com capacidade de 10 milhões de barris por ano, na Geórgia, Estados Unidos. As operações devem começar em 2022. A tecnologia AtJ pode produzir SAF usando qualquer fonte de etanol sustentável.

"Temos um grupo excepcional de investidores, liderando a transição energética e trabalhando em todos os setores para reduzir as emissões de carbono", disse Jennifer Holmgren, CEO da LanzaTech, sobre a importância da participação da Shell na redução das emissões.

"A tecnologia da LanzaJet abre um caminho novo e empolgante para produzir SAF usando um processo AtJ e ajudará a atender à necessidade urgente do setor de aviação por SAF. Isso demonstra que a indústria pode se mover mais rápido e entregar mais quando todos trabalhamos juntos", disse Anna Mascolo, presidente da Shell Aviation.

Ela sinalizou que o Brasil pode se tornar um fornecedor de suprimento para a produção do combustível sustentável.

"O ajuste estratégico com a LanzaJet é empolgante. Por meio de nossa joint venture Raízen no Brasil, produzimos etanol há mais de dez anos e já demonstramos a produção de etanol celulósico a partir de resíduos", disse a empresa, em nota.

 

Fonte: Epbr via Udop