Unica defende benefícios da expansão do etanol na cooperação econômica Ásia-Pacífico
Com fortes aptidões agrícolas, sendo capazes de produzir etanol carburante a partir de diferentes matérias-primas, os 21 países que compõem a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC, em inglês) têm plenas condições de reforçar seus programas domésticos de misturas do biocombustível à gasolina. E Brasil e Estados Unidos (EUA), maiores produtores do produto, podem ser parceiros estratégicos nesta empreitada, cujos benefícios econômicos, sociais e ambientais foram reiterados pelo diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa durante o “Fórum para o desenvolvimento e comércio de etanol como parte da Estratégia da APEC para combustíveis renováveis”. O evento realizado terça-feira (12/04) na cidade de Taichung, em Taiwan, teve como objetivo contribuir com as metas assumidas pela APEC de dobrar a participação de renováveis em sua matriz energética até 2030.
Organizado pelo Departamento de Agricultura dos EUA na primeira quinzena deste mês, o encontro reuniu aproximadamente 50 especialistas entre formadores de opinião e representantes dos governos da APEC (Austrália, EUA, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Taipé Chinesa, Hong Kong, China, México, Papua Nova-Guiné, Chile, Peru, Rússia e Vietnã). Esses países respondem, juntos, por um terço da população mundial; 54% do PIB e 44% do comércio.
Participando de dois painéis – “Construindo uma indústria de etanol doméstica” e “Como o comércio de etanol e produtos agrícolas pode garantir programas de energias renováveis competitivos e sustentáveis” – e uma mesa redonda para debater as principais lições aprendidas e recomendações, o diretor da UNICA defendeu a adoção de mais políticas em favor do etanol e incentivos ao comércio entre os 21 países signatários. As conclusões do encontro serão incorporadas a um documento final que incluirá diversos compromissos políticos e econômicos a serem seguidos por estes países no futuro. Seus respectivos chefes de Estado ou ministros deverão aprovar tais recomendações ainda este ano em evento no Peru, sem data definida.
Em suas intervenções, Eduardo Leão falou sobre a bem-sucedida experiência brasileira no uso da mistura de 27% de etanol anidro à gasolina, assim como na frota atual de carros flex-fuel, que já respondem por mais de 60% dos veículos leves em circulação no País. O executivo observou que atualmente 14 integrantes da APEC já têm programas de biocombustíveis, o que corresponde a dois terços do total. "O grande empecilho é que, com algumas raras exceções, como os EUA, Filipinas e Peru, em sua grande maioria, os países não determinam as misturas ou volumes de forma obrigatória. Com isso, os programas tendem a se tornar ainda mais instáveis e pouco críveis", concluiu.
Ele também ressaltou a importância das regras claras e de longo prazo, das práticas sustentáveis e das inovações tecnológicas, de forma a garantir crescente competitividade do produto. Em suas recomendações finais, o executivo enfatizou que "o potencial é enorme, não somente porque a maioria desses países apresenta forte aptidão agrícola, mas também porque produzem etanol a partir de diversos tipos de matérias primas, como cana, milho e mandioca. Isto reduz o risco de problemas climáticos regionais mais generalizados além das vantagens oriundas das diferentes sazonalidades destas culturas, ampliando e diversificando o comércio do biocombustível dentro e fora da região."
Fonte: Única