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Venda de títulos financia plantação de cana e produção de álcool

O volume de CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio, títulos de dívida que pagam juros) passou de R$ 2 bilhões em 2014 para R$ 6,4 bilhões em 2015. Os recursos servem para financiar a expansão da produção ou bancar a operação de empresas.
 
A ideia é que os CRAs complementem a necessidade de financiamento do setor. "O crédito a juros subsidiados não é suficiente para suportar o crescimento do agronegócio. O mercado está, aos poucos, descobrindo esse instrumento", afirma Carlos Ratto, diretor da Cetip.
 
"Estamos ocupando um espaço do crédito que não sai pelos bancos. Empresas que antes não tinham interesse viram que podem captar com taxas bem competitivas", diz Daniel Magalhães, da securitizadora RB Capital. A RB fez as captações de R$ 52 milhões para a Suzano e de R$ 105 milhões para o Burger King.
 
Segundo Aguinaldo Barbieri, gerente de Mercado de Capitais do BB, o agronegócio tem espaço para os bancos e para os investidores do mercado de capitais.
 
No setor sucroalcooleiro, o BB já fez captação via CRA para o produtor Alami Candido de Paula plantar cana. Também levantou recursos para as usinas Nardini e Vale do Tijuco produzirem o álcool e ainda financiou a distribuição pela Copersucar. "Todos os elos podem se beneficiar."
 
Os escritórios de advocacia, que preparam a documentação necessária das emissões, também investem para atender o agronegócio.
 
Alexei Bonamin, do TozziniFreire Advogados, disse que o ano começou "aquecido" para a emissão de CRAs. O escritório está trabalhando atualmente em seis ofertas.
 
Diante do crescimento das ofertas, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vai fazer uma regulamentação específica para os CRA. Mas a principal mudança à vista deve passar pelo Congresso. Os parlamentares votarão projeto de lei que autoriza a emissão de CRAs indexados ao dólar.
 
Segundo a autora do projeto, a deputada Teresa Cristina (PSB-MS), o objetivo é possibilitar a entrada de fundos estrangeiros como investidores no setor.
 
Fonte: Folha de S. Paulo